Portugal foi eleito o 26.º destino mais atrativo para trabalhadores estrangeiros em 2020, uma subida de quatro posições, face a 2018, no ‘ranking’ liderado pelo Canadá, segundo um estudo do Boston Consulting Group (BCG) hoje divulgado.
“Portugal é o 26.º destino mais atrativo para trabalhadores estrangeiros. Esta posição representa uma subida de quatro posições no ‘ranking’ relativamente a 2018”, lê-se num comunicado conjunto do BCG, The Network, que participou no desenvolvimento do estudo, e Alerta Emprego.
A liderar esta avaliação está o Canadá, ultrapassando os EUA, que até aqui eram o destino mais atrativo.
No entanto, segundo o estudo, a pandemia de covid-19 teve um “impacto significativo” no que se refere ao interesse em trabalhar no estrangeiro, sendo que a preferência recai sobre os países com melhores resultados na contenção do novo coronavírus.
Por outro lado, conforme apontou, citado no mesmo documento, o ‘managing diretor e sénior partner’ do BCG, Rainer Strack, “com o aumento do trabalho remoto, muitos consideram que podem trabalhar de forma virtual, sem que haja necessidade de emigrar”.
Singapura e Nova Zelândia, que também foram elogiados pela resposta à covid-19, surgem, pela primeira vez, no top 10.
No sentido inverso, países como Alemanha e França recuaram dois lugares, enquanto Itália e Espanha deixaram de estar entre os 10 principais destinos.
Já ao nível das cidades, a tendência é semelhante, com Nova Iorque, Barcelona, Roma ou Madrid a serem “agora consideradas muito menos atrativas do que em 2018”.
Porém, Tóquio e Singapura são mais atrativas, à semelhança de Dubai e Abu Dhabi.
Lisboa, por sua vez, subiu 12 posições, passando do 40.º lugar para o 28.º.
Em Portugal, quase metade (48%) dos inquiridos estão dispostos a trabalhar fora do país, enquanto, a nível mundial, esta percentagem ascende a 50%, abaixo dos valores registados em 2018, nomeadamente, 58% no caso de Portugal e 57% a nível mundial.
Apesar da menor recetividade para mudar de país, 70% dos portugueses responderam estar dispostos a trabalhar a partir do seu país, mas para um empregador estrangeiro, acima da média mundial que se fixou em 57%.
Por setor, a nível mundial, cerca de 71% dos inquiridos com ‘background’ de digital ou ‘analytics’ e 67% com experiência em tecnologias de informação responderam que estariam dispostos a trabalhar para uma empresa sem presença física no país.
Ao nível das habilitações literárias, entre os inquiridos com grau de mestrado ou superior a percentagem de respostas neste sentido situou-se em 62%.
“Este estudo vem reforçar a visão de que Portugal pode procurar posicionar-se como um destino preferencial de empresas e trabalhadores, sobretudo, num contexto de crescente digitalização e novas formas de trabalho”, apontou, em comunicado, o ‘managing director e sénior partner’ do escritório da BCG em Lisboa, Miguel Abecasis.
Para este responsável, Portugal tem “características que são difíceis de replicar e que deve alavancar”, como “a boa qualidade do sistema educativo, o clima ameno, a segurança, a cultura amigável, a gastronomia ou o nível de inglês de boa parte da população”.
No total, para a realização deste estudo foram inquiridas 209.000 pessoas em 190 países.
Em Portugal, a amostra foi constituída por 1.213 participantes, 55% dos quais do sexo feminino e 44% do sexo masculino.
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